segunda-feira, 30 de maio de 2011

“Fábrica na Horta do Ebro”


A obra, “Fábrica na Horta do Ebro” (1909) – (The State Hermitage Museum, St. Petersburg, Rússia)é uma pintura em óleo sobre tela com 53x60cm datada de 1909 da autoria de Pablo Picasso (25/10/1881-8/4/1973). Esta obra pertença a corrente cubista analítica e representa uma paisagem numa expressão figurativa e simplicista.

A obra é composta por um amontoado de formas geométricas que preenchem todo o quadro numa distribuição geral de forma piramidal. Por um lado e mais numerosos encontramos cubos e paralelepípedos com arestas vincadas o que da uma sensação de agressividade e por outro lado temos os cilindros com formas mais suaves e mais espaçados que por sua vez transmitem uma sensação de afastamento. Aquilo que supostamente deveria dar uma noção de profundidade e consequentemente assumir dimensões mais reduzidas, e uma tonalidade mais escura, contraria as nossas expectativas e assume formas maiores e possui tons alternados entre partes mais sombrias e outras mais claras, o que confere ao quadro uma leitura contraditória e fragmentada. O restante quadro é composto por fundamentalmente a base de ocre, verde e cinzento. As cores são esbatidas numa variação de tons quentes que atribui ao quadro um valor de contágio febril. Alem disso é a distinção entre céu, terra e edifícios que permite notar o contágio das cores e portanto do calor entre os diferentes elementos. Neste universo sem horizonte e em que as alternâncias de tons e cores é tão contraditório dá a entender que existem varias fontes de luz dentro do quadro, como se a obra fosse retratada simultaneamente em diversas horas do dia, o que faz alterar a incidência da luz e das sombras.

Por fim obra imana uma sensação de perspectiva, contudo se a analisarmos mais atentamente, tomamos consciência que é uma falsa perspectiva que nos fornece uma visão distorcida, ou seja, as linhas parecem convergir para um rectângulo preto que na realidade se encontra ligeiramente descentrado relativamente ao local onde esperaríamos convencionalmente encontrar o ponto de fuga.



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